Estudo sugere risco do consumo de adoçantes artificiais para a saúde reprodutiva

Publicado 20 de julho de 2016 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:48.

A obesidade tornou-se uma epidemia mundial, comprovadamente associada ao consumo de açúcar. Devido ao rápido aumento na incidência de sobrepeso e obesidade, o consumo de adoçantes artificiais cresceu nas ultimas décadas. Porém, desde a sua introdução na indústria alimentícia, entre as décadas de 1950 e 1960, estudiosos discutem seu potencial nutricional e possíveis riscos à saúde.
Refrigerantes são a principal fonte de adoçantes artificiais, e estudos científicos sugerem que, quer sejam adoçados com açúcar ou adoçantes, podem levar à hipertensão, síndrome metabólica e diabetes tipo 2. Além disso, uma possível associação entre o consumo de adoçantes artificiais durante a gestação e o risco de nascimento prematuro foi sugerida por estudos epidemiológicos. Outro ponto questionado pela medicina é se o consumo de café é prejudicial, nulo ou benéfico à saúde.
Diante deste cenário, pesquisadores do Fertility Medical Group delinearam um trabalho, com o objetivo de avaliar se existe alguma influência do consumo de refrigerantes e café, associados com o uso de adoçantes artificiais, na qualidade do óvulo e nos resultados de ciclos de reprodução assistida.
Foram avaliados 5.548 óvulos, recuperados de 524 pacientes submetidas a ciclos de Fertilização in vitro.
Observou-se que a qualidade do óvulo é negativamente influenciada pela ingestão dos refrigerantes, dietéticos ou com a presença de açúcares (não dietéticos).
O consumo da bebida dietética também interferiu de maneira negativa tanto na qualidade do embrião destes casais, quanto chance de implantação no útero.
Além disso, a probabilidade de engravidar foi diminuída em 10% entre as pacientes que consumiam refrigerantes dietéticos.
Em relação ao consumo do café, nenhum efeito foi observado quando consumido sem adição de açúcar ou adoçantes. Porém, quando foi utilizado açúcar, um efeito negativo na qualidade do óvulo foi observada.
Já quando adoçantes artificiais foram adicionados ao café, notou-se efeito negativo não só na qualidade do óvulo, como também na dos embriões, na chance de sua implantação no útero e na probabilidade de engravidar.
Estudos anteriores sugerem que o consumo de adoçantes artificiais pode interferir no metabolismo da glicose, levando a reações inflamatórias. Isto poderia afetar a qualidade do óvulo e o desenvolvimento do embrião, o que explicaria os achados do estudo do Feritlity Medical Group.
Dr. Edson Borges Jr., especialista em Reprodução Humana Assistida e diretor científico do Fertility Medical Group, comenta que este estudo mostra o quão prejudicial à saúde reprodutiva é o consumo de bebidas industrializadas. Para ele, esses achados também alertam que se o consumo exagerado do açúcar pode prejudicar o sucesso do tratamento de reprodução assistida, o de adoçante é ainda pior. Estes hábitos devem ser cuidadosamente avaliados para que as pacientes possam ser aconselhadas de maneira adequada anteriormente ao início do tratamento.

×