Estudo revela técnica de fertilização assistida que resulta em mais bebês do sexo feminino

Publicado 12 de agosto de 2011 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 01:11.

Durante o Congresso Europeu de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), realizado recentemente em Estocolmo (Suécia), o trabalho de uma equipe de médicos brasileiros especialistas em fertilização assistida ficou entre os dez melhores do ano. Trata-se de um estudo que, ao comparar duas técnicas empregadas em casais com infertilidade masculina, aponta o método que apresenta mais chances de resultar na gestação de meninas.
Ao se comparar as técnicas ICSI (injeção intracitoplasmática do espermatozoide) e IMSI (injeção intracitoplasmática do espermatozoide morfologicamente selecionado) – também chamada de ‘Super ICSI’ – a segunda técnica conseguiu produzir embriões com maior probabilidade de estarem geneticamente normais. Curiosamente, a incidência de embriões do sexo feminino também foi expressivamente maior – 64,7% contra 53,8% – diz o doutor Edson Borges, diretor do Fertility – Centro de Fertilização Assistida , em São Paulo.
O especialista ressalta que a escolha do sexo do bebê é proibida e desaconselhada pelos médicos, com uma exceção: quando empregada para prevenir a transmissão de doenças genéticas relacionadas ao sexo, como a hemofilia, por exemplo – doença observada em crianças do sexo masculino.
Somente nesses casos se justificaria selecionar embriões do sexo feminino. No geral, porém, tratam-se apenas de possibilidades (que podem ser maiores nessa nova técnica). Via de regra, o esperma que carrega o cromossomo X resultará numa criança do sexo feminino e o que carrega o cromossomo Y produzirá um menino. Nossa seleção recai, outrossim, sobre os embriões saudáveis, que podem resultar numa gestação bem-sucedida. Jamais discriminamos o sexo do bebê, diz Borges .

Terra de mulheres

De acordo com o médico ginecologista Assumpto Iaconelli, especialista em fertilização assistida e sócio do doutor Edson Borges na clínica Fertility , recentemente foi previsto que todo o cromossomo Y estará geneticamente alterado em cerca de 666 milhões de anos e, eventualmente, o cromossomo Y deixará de existir. Esses dados somados trazem importantes implicações éticas. A técnica IMSI (Super ICSI) não deve ser considerada um procedimento de seleção sexual natural e, portanto, não dever ser procurada ou recusada por pacientes cuja intenção é ter uma criança de um sexo específico, enfatiza o especialista.

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