Fertilidade masculina pode diminuir com fumo, bebida e comida em excesso

Publicado 30 de dezembro de 2012 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 01:00.

Ser bom de garfo, fumar e beber além da conta são hábitos que podem prejudicar, e muito, a fertilidade masculina. As centenas de substâncias presentes no cigarro e nas bebidas alcoólicas, por exemplo, aumentam o estresse oxidativo sistêmico – ou seja, empobrecem a qualidade do esperma. Já a obesidade aumenta, entre outras, as chances de o paciente ficar diabético. E testes de DNA com espermatozoides de pacientes diabéticos demonstram maior quantidade de material defeituoso, o que pode resultar em infertilidade. Quem afirma isso é uma autoridade no assunto: o especialista em medicina reprodutiva e diretor científico do Fertility – Centro de Fertilização Assistida, em São Paulo, Edson Borges Jr.
Mas há também outros vícios e excessos que representam riscos. Fatores como o aumento da poluição atmosférica, o uso indiscriminado de pesticidas na lavoura, a contaminação de mananciais aquáticos por esses mesmos agrotóxicos, além do aumento do consumo de alimentos industrializados e que contêm altas taxas de conservantes e hormônios, têm contribuído para o aumento da infertilidade masculina, destaca Borges .
E como saber se você está passando pelo problema? De acordo com o especialista, há um caminho simples: quando um casal tenta engravidar por um ano sem sucesso, é mais recomendado buscar ajuda especializada em fertilização assistida. Tanto o homem quanto a mulher serão submetidos a diversos exames para identificar as causas da infertilidade – que podem ser 40% atribuídas ao homem, 40% atribuídas à mulher e 20% ao casal. Uma vez identificado o problema, novos exames serão realizados para que se defina o tratamento a ser adotado.

Confira os impactos negativos de diversos elementos na fertilidade masculina:

Álcool – compromete o sistema reprodutor de homens e mulheres. Quem ingere bebidas alcoólicas com regularidade poderá apresentar desequilíbrio hormonal, afetando a produção de esperma – com drástica redução na quantidade e qualidade de esperma.
Fumo – o tabaco afeta igualmente homens e mulheres. Apesar de serem bastante conhecidos os riscos que o fumo oferece durante a gestação, pouco se fala sobre o quanto o cigarro pode impedir a concepção. Isso vale também para as gomas de mascar utilizadas por quem está tentando reduzir o fumo. Como o álcool, o cigarro também reduz drasticamente as chances de um casal ter filhos, comprometendo a quantidade e a qualidade do esperma.
Obesidade – estudos realizados pelo Instituto Sapientiae demonstram que o consumo elevado de carne vermelha tem um efeito drástico em quem está sendo submetido ao tratamento de fertilização assistida. Por outro lado, o aumento do consumo de cereais e frutas se provou benéfico em tais circunstâncias. Além da carne vermelha, o alto consumo de alimentos ricos em gordura trans tem se provado prejudicial no processo de fertilização.
Maconha – estudos realizados a partir de 2003 apontam cientificamente o quanto a maconha afeta o sistema reprodutor de seus usuários, resultando em baixa contagem de esperma e redução no volume de sêmen. Além disso, por conta de um ingrediente ativo da maconha (tetrahydrocannabiol – THC), os espermatozoides que conseguem entrar no canal vaginal tendem a perder força antes mesmo de se aproximarem do óvulo, resultando na incapacidade de fecundá-lo.
Cocaína, heroína, crack e ecstasy – podem levar à infertilidade permanente, se usadas por tempo prolongado. Nos homens, costumam reduzir a libido, aumentar o número de espermatozoides defeituosos e levar à baixa contagem de espermas.
Anabolizantes – apesar de proibidos, são muito utilizados por quem quer ganhar massa muscular rapidamente. São derivados da testosterona e podem afetar a fertilidade permanentemente. Além da disfunção erétil e da atrofia dos testículos, o uso de anabolizantes pode diminuir a produção de esperma e aumentar a quantidade de espermatozoides defeituosos.

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