Fertilização in vitro não aumenta risco de câncer de mama

Publicado 1 de agosto de 2016 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:47.

A fertilização in vitro (FIV) não aumenta o risco de sofrer de câncer de mama, concluiu um estudo realizado na Holanda e publicado na terça-feira (19/07) na revista médica americana Journal of the American Medical Association (JAMA).
Para fazer um tratamento de FIV, as mulheres precisam aumentar temporariamente entre cinco e dez vezes certos hormônios sexuais, como o estrogênio e a progesterona, associados a um alto risco para alguns tipos de tumores nas mamas.
Os pesquisadores acompanharam durante 21 anos 25.108 mulheres, que tinham em média 33 anos de idade quando começaram a fazer tratamentos de fertilidade. Trata-se do estudo mais amplo sobre esse tema. Pesquisas realizadas anteriormente não foram muito abrangentes ou estudaram curtos períodos de tempo, de modo que não foram concludentes, afirmaram os cientistas.
Para o estudo, os autores levaram em conta diversos fatores vinculados aos riscos que aumentam o câncer de mama, como a idade com que as mulheres tiveram seu primeiro filho, a quantidade de vezes que engravidaram e o as tentativas de FIV. Esta equipe de oncologistas, liderada por Alexandra W. van den Belt-Dusebout, do Instituto Holandês do Câncer de Amsterdam, fez o acompanhamento de 19.158 mulheres que começaram a Fiv entre 1983 e 1995, assim como de um grupo de controle formado por 5.950 mulheres que recorreram a outros tratamentos de fertilidade.
A média de idade, ao final do período de acompanhamento, era de 54 anos entre as mulheres que realizaram a FIV, e de 55 anos no grupo de controle. Durante o período de acompanhamento, os pesquisadores observaram, em ambos os grupos, 839 casos de câncer de mama com metástase e 109 casos em que o tumor estava localizado.
A análise dos dados mostra que aos 55 anos não há diferença em relação ao risco de padecer câncer de mama entre as mulheres que recorreram à FIV (3%) e as do grupo de controle (2,9%). O risco não variou conforme o tipo de tratamento de fertilidade e não aumentou após 20 anos ou mais da FIV.
Os pesquisadores constataram, inclusive, que as mulheres que se submeteram a este tratamento sete vezes apresentavam um risco significativamente menor de padecer câncer de mama que aquelas que o fizeram uma ou duas vezes.
Segundo Dr. Edson Borges Jr. especialista em Reprodução Humana Assistida e diretor científico do Fertility Medical Group, este estudo é bastante importante, pois abrange um número significativo de mulheres em um país (Holanda), onde o controle da saúde da população é muito rigoroso, dando mais força as informações coletadas.
Sobre essa matéria publicada no portal da revista Isto É, Dr. Borges aborda ainda que existem outros estudos que mostraram a possibilidade da recidiva do câncer de mama a mulheres que fizeram FIV (mulheres com câncer de mama pregresso e que fizeram o tratamento) foi menor, quando comparada aquelas que não fizeram.
“Reforça a segurança dos tratamentos de Reprodução Assistida”, avalia o especialista.

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