ETAPAS DO TRATAMENTO


Nos casos de técnicas de Baixa Complexidade (Coito Programado ou Inseminação Intrauterina), o tratamento é iniciado normalmente em torno do 2º ou 3º dias do ciclo (considerando-se o 1º dia como sendo o que ocorreu o sangramento menstrual “vermelho vivo”), sempre com exame de ultrassonografia prévio.

A aplicação da medicação é diária e por via subcutânea (após orientação da enfermagem) e a dose é estabelecida pelo médico responsável. A partir do 7º ou 8° dia de tratamento, são feitos controles de ultrassonografia em dias alternados ou diários, para avaliação da resposta ovariana ao estímulo, até o momento em que os folículos estejam prestes a ovular. Induz-se, então, a ovulação propriamente dita com a administração de medicamento injetável (gonadotrofina coriônica-hCG) e programam-se as relações sexuais ou a coleta e preparo do sêmen para a inseminação.

Na inseminação pode ser realizada uma ou duas vezes no mesmo ciclo, com controle ultrassonográfico para confirmar a ovulação. Após a ovulação preconiza-se o uso de medicamentos via vaginal para suplementação da fase lútea (progesterona), visando a melhora da implantação, até o teste de gravidez.

Nos casos de Alta Complexidade, o tratamento diverge do anterior em relação à dose dos medicamentos, que deve ser maior, e pelo fato de que é necessário bloquear a ação da glândula Hipófise sobre os ovários para que possamos selecionar um número maior de folículos e amadurecê-los simultaneamente. O recurso utilizado é o uso de medicamentos que bloqueiam de forma reversível e provisória os estímulos endógenos, deixando os ovários livres para os efeitos estimuladores administrados exogenamente, de acordo com a intenção do médico e controlados com exames de sangue e ultrassonografia transvaginal. Este bloqueio pode ser iniciado no final do ciclo anterior, por 12 a 15 dias até que ocorra a menstruação, e deverá ser mantido mesmo após o início da estimulação ovariana. Pode também ser iniciado no mesmo ciclo em que o estímulo ovariano já foi instituído, para que os folículos menores possam se desenvolver sem que os maiores ovulem antes, possibilitando maior número de folículos maduros na coleta. Em torno do 12º dia do ciclo os folículos contêm óvulos prontos para se tornarem maduros. A ovulação não ocorre espontaneamente devido ao bloqueio da hipófise, sendo necessário então a punção e captura dos óvulos, realizada aproximadamente 36 horas após a injeção do hCG, no centro cirúrgico, sob sedação anestésica, com agulha dirigida pela ultrassonografia transvaginal.

Imediatamente, o fluido folicular é avaliado no Laboratório para identificação e classificação dos óvulos. A coleta de sêmen é realizada logo após o início da punção dos óvulos, na maioria das vezes por masturbação. Quando não existem espermatozoides no material ejaculado, técnicas especiais de punção testicular ou epididimária são realizadas sob anestesia e em ambiente cirúrgico. O sêmen é preparado no Laboratório e os espermatozoides colocados em contato com os óvulos (FIV clássica) ou injetados (ICSI). No dia seguinte são verificados os óvulos fecundados e a Transferência Embrionária é realizada de 2 a 5 dias após a fertilização, selecionando de 1 a 4 embriões. A partir da punção, iniciamos os medicamentos que ajudarão a dar suporte para a implantação do embrião e manutenção da gestação (progesterona via vaginal). Estes medicamentos são mantidos até o diagnóstico da gestação e suspensos, caso o resultado seja negativo.

 

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