PERGUNTAS E RESPOSTAS


Clique nos itens abaixo para visualizar as perguntas & respostas mais frequentes:

1 – Para que servem as trompas?

– Captar o óvulo, através de sua porção mais calibrosa e distal (fímbrias);
– Permitir a migração dos espermatozoides até o óvulo para que ocorra a fertilização;
– O embrião formado levará até 7 dias para atingir o endométrio no interior do útero e implantar.

2 – O que é o útero e para que serve?

É um órgão muscular, medindo 7 cm de comprimento pesando aproximadamente 70 gramas, com uma cavidade virtual revestida por um tecido que se renova todos os ciclos, chamado de endométrio. O endométrio sofre influência dos hormônios ovarianos. Durante a primeira fase do ciclo sob influência do estrógeno. É a chamada fase proliferativa. Após a ovulação, sob influência da progesterona, começa a sofrer transformações, possibilitando a implantação embrionária.

3 – Qual a função dos ovários?

Os ovários são duas glândulas de aproximadamente 5×2 cm localizadas na cavidade pélvica da mulher lateralmente ao útero e intimamente relacionados às tubas em sua porção fimbriar. Todos os meses, um óvulo maduro é liberado por um dos ovários. O amadurecimento do óvulo e sua postura depende de uma interação entre os hormônios produzidos pela hipófise, hipotálamo e os ovários. Os ovários produzem dois hormônios: estrógeno (antes da ovulação), estrógeno + progesterona (após a ovulação). Na fase pré-ovulatória ou folicular ocorre a maturação do óvulo. Pela ultrassonografia transvaginal podemos acompanhar o crescimento folicular (folículo dominante) até a sua rotura, que corresponde à ovulação. Inicia-se então a fase pós-ovulatória ou luteínica, com predomínio da produção de progesterona pelo corpo lúteo.

4 – Para o que serve a indução da ovulação?

Para corrigir o ciclo de mulheres que não ovulam e quando utilizamos técnicas de reprodução assistida. Quando induzimos a ovulação, normalmente as pacientes produzem vários óvulos. Melhoramos, portanto, a probabilidade de gestação devido ao aumento da oferta, para isto lançamos mão de drogas específicas para este fim.

5 – Quais são as formas mais comuns de indução da ovulação

Conforme a indicação clínica devemos utilizar uma forma específica de indução:

– Coito programado e inseminação artificial com sêmen do marido ou doador – devemos utilizar uma indução “leve”, pois queremos que o ovário produza poucos óvulos (2 a 4), diminuindo assim a possibilidade de gestação múltipla.

– Fertilização “In Vitro” – nestes casos a indução deve ser mais “pesada” isto é com uma produção de óvulos maior (10 a 20), sem ovulação espontânea.

6 – Quais são as drogas mais utilizadas na indução ovulatória?

– Citrato de clomifeno
– Letrozole
– hMG
– FSH puro urinário
– FSH recombinante
– LH recombinante
– hCG urinário e recombinante

7 – Como sabemos qual o momento correto para a inseminação ou a coleta dos óvulos?

Todas as vezes que induzimos a ovulação, devemos controlar o processo através da ultrassonografia e dosagens hormonais de LH e estradiol. Atualmente, os métodos mais antigos de controle ovulatório não são mais tão usados (temperatura basal, citologia hormonal seriada), por serem pouco práticos na execução e sujeitos a erros de interpretação. A primeira fase do ciclo ovulatório ou fase folicular, por ser dinâmica, é a mais importante em relação aos controles que são realizados. Devemos adequar a dose da droga indutora da ovulação conforme os resultados obtidos nos exames de controle.

 

 

 

1 – O Que É Endometriose?
Endometriose é a presença de uma estrutura semelhante ao endométrio (camada que reveste internamente o útero e que é eliminado durante a menstruação), localizada fora do seu local habitual, que é a cavidade uterina e que responde às ações hormonais do ciclo menstrual feminino.

2 – A Endometriose É Restrita A Órgãos Ginecológicos?
Não. Apesar de ser uma afecção ligada diretamente a órgãos ginecológicos pela ação hormonal, pode se instalar em outros órgãos, como por exemplo, intestinos, bexiga, ureter, pulmões e etc.

3 – A Endometriose É Uma Doença Maligna?
Não. A endometriose é uma afecção benigna que rarissimamente se maligniza. Estão descritos na literatura médica mundial alguns casos, quando relacionados principalmente a endometriomas ovarianos.

4 – Quais São As Causas Que Determinam O Aparecimento Da Endometriose?
Existem várias explicações para o aparecimento da endometriose. A causa mais comum é que a mulher no período menstrual apresenta uma menstruação retrógrada, isto é, menstrua para dentro da cavidade abdominal e, encontrando um meio adequado favorece o implante de pedaços de endométrio, que responde às alterações do ciclo hormonal feminino, desenvolvendo a endometriose. Outras formas podem aparecer, como por exemplo, alterações embriológicas (na formação dos órgãos genitais femininos), processos inflamatórios, que com a irritação peritoneal podem desenvolver também a endometriose.

5 – A Endometriose É Uma Doença Hormônio-Dependente?
Sim. Como a endometriose é, por definição, descrita como a presença de uma estrutura semelhante ao endométrio localizada fora de seu local habitual, ela responde às ações hormonais do ciclo menstrual.

6 – Quais Os Mecanismos Da Endometriose Que Causam Infertilidade Feminina?
Existem várias causas que podem explicar a infertilidade. A mais comum é a formação de processos aderenciais, decorrentes de processos inflamatórios provocados pelo sangramento interno. Esses processos aderenciais podem se instalar em torno de estruturas nobres para a fertilização, como tubas uterinas e ovários, na parte posterior e baixa do útero, junto aos intestinos e, em algumas ocasiões, podem tomar dois ou mais órgãos. Outras causas possíveis de infertilidade provocadas pela endometriose são a presença de elementos celulares, alterações hormonais, prostaglandinas, que além de provocar alterações funcionais, podem provocar as dores pélvicas intensas, principalmente a cólica no período menstrual.

7 – Quais São Os Sintomas Da Endometriose?
As pacientes portadoras de endometriose podem apresentar vários sintomas e que podem ser colocados em um quadro bem característico: dores intensas na menstruação, dores nas relações sexuais e dificuldade para engravidar.

8 – Todas As Pacientes Portadoras De Endometriose Apresentam Dores No Período Menstrual?
Não. Estudos mostram que 50% das pacientes apresentam dores intensas e progressivas no período menstrual; 25% delas apresentam dores não relacionadas ao período menstrual e 25% são assintomáticas.

9 – Como É Que Se Faz O Diagnóstico Da Endometriose?
A princípio faz-se hipótese diagnóstica através da história clínica da paciente, consistindo basicamente em dores progressivas no período menstrual, dores nas relações sexuais e infertilidade. O diagnóstico definitivo é feito através de biópsia dirigida e anatomia patológica por ocasião da LAPAROSCOPIA (procedimento cirúrgico feito sob anestesia geral, que consiste em colocar um pequeno telescópio dentro do abdômen). Outros exames laboratoriais podem ser coadjuvantes no diagnóstico da endometriose.

10 – Quando É Que Os Sintomas Da Endometriose Aparecem?
Os sintomas da endometriose podem aparecer desde a primeira menstruação e podem durar até a menopausa (última menstruação), isto é, em todo o período em que as pacientes estiverem sob os efeitos dos hormônios do ciclo menstrual.

11 – Quais São Outras Alterações Obstétricas Que A Endometriose Pode Provocar?
A endometriose pode provocar o aumento de risco para gravidez tubária e de abortamentos.

12 – Quais São Os Tipos De Tratamento Cirúrgicos?
Os tratamentos cirúrgicos utilizados para a endometriose são os seguintes: eletrocirurgia para cauterizações e retiradas de focos de endometriose e uso de vaporizações de focos de endometriose com laser de CO2.

13 – Como É Que Se Faz O Tratamento Clínico Da Endometriose?
O tratamento clínico da endometriose pode ser efetuado objetivando somente o alívio da dor, isto é, tratamento sintomático; tratamentos hormonais que em média podem durar de três a seis meses, utilizando-se de hormônios que podem ser dados por várias vias: intra-nasal, comprimidos orais, injeções mensais e trimensais e injeções subcutâneas.

1 – Quem Usa O Sêmen De Doador Anônimo?
Os tratamentos para a infertilidade conjugal evoluíram muito nos últimos anos, sendo possível que homens e mulheres com danos graves à fertilidade consigam ter filhos graças a este desenvolvimento tecnológico.

2 – É Complicado?
Não, é um procedimento muito simples realizado no mundo inteiro há mais de 30 anos e possibilita ao casal ter um filho. Isto ocorre porque o casal passa por todo o processo de gestação, e a inseminação pode ser um segredo deles.

3 – É Seguro?
Sim, o Banco de Sêmen seleciona candidatos entre 18 e 40 anos, saudáveis, que passam por uma triagem rigorosa para as mais frequentes doenças detectáveis.

4 – E A Escolha Do Sêmen?
Para que o futuro bebê seja parecido com o “pai”, o sêmen é selecionado de um doador semelhante ao mesmo, inclusive com grupo sanguíneo compatível.

5 – É Ético?
Sim, o Conselho Federal de Medicina de São Paulo, através da Resolução 2121/2015, considerou que, se as partes estiverem cientes e de acordo com as finalidades do processo, a inseminação com sêmen de doadores é considerada um procedimento ético.

 

1 – O Que É Diagnóstico Genético Pré-Implantacional (PGT)?
É uma forma precoce de Diagnóstico Genético Pré-Natal, que se destina à prevenção de doenças genéticas, antes que a gestação tenha se estabelecido, através da seleção de embriões livres de doenças antes da transferência destes para o útero materno.

2 – A Quem Se Destina O PGT?
A casais que tenham tido um filho afetado por doença de padrão de herança recessivo ligado ao X (como a hemofilia) ou por outras doenças monogênicas (como a fibrose cística), a mães com idade avançada (maior ou igual a 35 anos), mulheres que já tenham tido abortos repetidos ou que já tenham sido submetidas a repetidos ciclos de FIV, sem sucesso. Outra indicação seria a detecção de doenças genéticas antes da gravidez, para aqueles casais que, por razões morais ou religiosas, não aceitam o diagnóstico pré-natal tradicional, no qual os fetos anormais necessitam ser submetidos a abortamento seletivo.

3 – Como É Feito O PGT?
O PGT é feito através da remoção de um corpúsculo polar, de uma célula do embrião ou de algumas células do blastocisto, que são posteriormente analisadas, com a técnica indicada para a anomalia genética para a qual existe risco elevado.

4 – Como É Feita A Biópsia De Corpúsculo Polar?
A biópsia do corpúsculo polar é um método pré-concepcional, que envolve a remoção e a análise do 1º e 2º corpúsculos polares. Ela se destina a estudos que podem ser feitos apenas no gameta feminino, avaliando sua constituição gênica ou cromossômica.

5 – Como É O Método Da Biópsia De Blastômero?
A biópsia embrionária pode ser feita em dois estágios do embrião. O embrião do terceiro dia, isto é, com 72 horas onde é retirada uma única célula para análise genética ou o embrião de quinta dia, isto é, em fase de blastocisto onde são retiradas de 5 a 6 células deste embrião. As técnicas mais modernas utilizadas são o
Next Generation Sequencing (NGS) e o Array CGH (ACGH).

6 – O PGT pode ser realizado com embriões um pouco mais diferenciados?
A biópsia de blastocisto pode ser realizada no 5º ou 6º dias após FIV ou ICSI, permitindo a remoção de um número maior de células. Este método não é frequentemente utilizado, pois apenas 30% dos embriões humanos atingem o estágio de blastocisto.

7 – O que são doenças monogênicas?
São doenças genéticas que são herdadas dos pais seguindo padrões de herança simples, que seguem as leis de Mendel. Existem mais de 10.000 doenças monogênicas conhecidas. A mais frequente é a fibrose cística, que acomete 1 em cada 2.000 crianças brancas nos Estados Unidos.

8 – Como os blastômeros são estudados quando existe risco elevado para doenças monogênicas?
Utiliza-se um método molecular chamado PCR (polymerase chain reaction), no qual o DNA de uma única célula é amplificado para que se possa identificar a presença ou não de um gene que existe em uma família e que é responsável por uma doença genética.

9 – Que são doenças cromossômicas?
São aquelas decorrentes de alterações no número ou na estrutura dos cromossomos. Os cromossomos são estruturas que ficam no núcleo das células e são compostos principalmente por DNA, que é o material genético e é responsável pela transmissão das características dos pais para os filhos, através das gerações.

10 – como são estudados os cromossomos em um blastômero?
Através de uma técnica de citogenética molecular conhecida por FISH (Fluorescent in situ hybridization). Nesta técnica, uma sonda (pedaço de DNA que reconhece uma região específica de um cromossomo), ligada a um fluorocromo (corante fluorescente que brilha com uma cor determinada para cada sonda) é submetida a um tratamento que faz com que ela reconheça os cromossomos que estão presentes no blastômero e assim se possa visualizar quantos cromossomos existem para cada sonda testada.
Os cromossomos analisados pelo PGD são: X, Y, 13, 15, 16, 18, 21 e 22.

11 – As doenças cromossômicas são compatíveis com A Vida?
A maior parte das alterações cromossômicas é incompatível com a vida e os embriões que as possuem não evoluem para gestações normais. Entretanto, algumas crianças com estas anomalias chegam a nascer. A doença cromossômica mais conhecida é a Síndrome de Down.

12 – O PGT É O Melhor Método Para Se Prevenir O Nascimento De Crianças Com Síndrome De Down?
Não, o PGD só está indicado para mães de idade avançada que são inférteis e terão de se submeter a técnicas de Reprodução Assistida. Para mães idosas com fertilidade normal, o mais indicado é a realização de diagnóstico genético pré-natal pelas técnicas tradicionais, como a amniocentese na 14ª semana de gestação ou a coleta das vilosidades coriônicas.

13 – Quais Os Profissionais Que Realizam O PGT?
O PGD é um procedimento multidisciplinar, abrangendo os campos da fertilização in vitro (FIV) e de harmonia entre as unidades de Reprodução Assistida e de Genética.

14 – Quais Centros Podem Realizar O PGT?
As unidades envolvidas no processo de PGD deverão ter grande experiência e alto índice de sucesso na fertilização in vitro e tradicional, no ICSI e biópsia de blastômeros e o Laboratório de Genética em Citogenética Clássica, Molecular e Biologia Molecular.

15 – A Biópsia Não Danifica O Embrião?
Estudos em animais demonstraram que não existe dano nos embriões biopsiados, caso se remova menos de 25 % do total de células (blastômeros) do embrião. Também já se constatou que a transferência de embriões parcialmente degenerados durante a FIV de rotina ou criopreservação não causam anormalidades fetais nem aumentam o risco para malformações congênitas.

16 – O Que É Aconselhamento Genético-Reprodutivo?
É um processo de orientação relativo ao risco reprodutivo de um casal, auxiliando-o a compreender suas reais possibilidades, a conhecer os métodos disponíveis e a tomar decisões reprodutivas conscientes.

17 – Como É Realizado O Aconselhamento Genético-Reprodutivo Antes Do PGT?
O Aconselhamento Genético-Reprodutivo, nos casos de PGD, deve ser sempre secundário ao Aconselhamento Genético-Reprodutivo geral, no qual é realizado o levantamento familiar detalhado e a análise cromossômica de ambos os cônjuges, o rastreamento de genes deletérios, se for o caso, a discussão dos recursos diagnósticos disponíveis, a análise das limitações clínicas e metodológicas existentes e, após as entrevistas necessárias, a tomada oportuna de decisões, em conjunto com a equipe multidisciplinar envolvida.

18 – Por Que É Importante A Realização De Aconselhamento Genético Para Casais Que Irão Se Submeter A Procedimentos De Reprodução Assistida?
A fertilização in vitro tradicional (FIV) em geral e o ICSI em particular possuem um risco potencialmente aumentado para a transmissão de doenças genéticas que estariam naturalmente bloqueadas pela infertilidade. Os casais precisam tomar consciência de seus riscos específicos e a equipe médica deve estar preparada para controlar estes problemas, caso eles surjam.

19 – Quais Os Principais Exames Genéticos Que Devem Ser Solicitados Antes De Um Procedimento De Reprodução Assistida?
O especialista em Reprodução Humana ou o Geneticista encarregado do Aconselhamento Genético irá solicitar o cariótipo de ambos os membros do casal, a pesquisa de microdeleções do cromossomo Y nos maridos que apresentarem deficiências seminais e ainda a identificação de doenças gênicas que possam estar segregando nas famílias dos cônjuges.

20 – Por Que É Obrigatória A Solicitação Do Cariótipo Dos Casais Com Problemas Reprodutivos?
A frequência de aberrações cromossômicas entre os casais com problemas reprodutivos, incluindo infertilidade, abortamentos de repetição e prole malformada, situa-se na faixa de 10 a 15 %, de acordo com a amostra estudada. Naqueles casos em que se diagnostica uma alteração nos cromossomos, pode-se fornecer riscos específicos de repetição dos insucessos. Quando o risco estimado for elevado, o conhecimento deste fato evita o desapontamento e o desgaste emocional e financeiro. Como muitas vezes a fertilidade intrínseca não pode ser restaurada, a alternativa pode ser a FIV por doação, tanto de óvulos como de espermatozoides.

ASSISTA TAMBÉM:


×