Nova técnica de avaliação celular aumenta as chances de implantação embrionária e gestação nos tratamentos de Fertilização in vitro

Publicado 16 de dezembro de 2016 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:45.

Desde o sucesso da primeira Fertilização in vitro em 1978, as Técnicas de Reprodução Assistida avançaram consideravelmente. Apesar desses avanços, 70 – 80% dos embriões produzidos em laboratório falham ao tentar se fixar no útero e iniciar uma gestação.
Esta baixa eficiência contribui para a prática comum de transferência de mais de um embrião por ciclo de tratamento, levando a ocorrência de gestação múltipla, principal causa de complicações para a mãe e para os bebês. Estão entre as complicações a hipertensão, pré-eclâmpsia, diabetes, prematuridade, baixo peso ao nascer, morte perinatal, etc..
Os métodos atuais de selecionamento baseiam-se na morfologia e ritmo divisão embrionária, e são pouco eficientes para predizer a capacidade funcional destes embriões.
A comunidade científica vem tentando desenvolver tecnologias para melhorar esta seleção. Isto é, recursos laboratoriais que nos permitam escolher o melhor embrião com maior potencial de implantação e gestação.
Um recurso cada vez mais utilizado em todas as áreas da ciência é a espectrometria de massas, que é a identificação de pequenas substâncias presentes em células e tecidos.
Em um trabalho publicado recentemente na revista Journal Assisted Reproduction and Genetics (J Assist Reprod Genet, September 2016) estudamos a expressão proteica (proteômica) das células que rodeiam o óvulo (células do cumulus) pela espectrometria e sua relação com a viabilidade embrionária.
Descobrimos 19 proteínas que estavam presentes exclusivamente nos embriões que implantaram e 16 naqueles embriões que não foram capazes de se fixar no útero.
“Estes resultados são bastante promissores e, o entendimento da proteômica destas células que estão intimamente ligadas aos óvulos, demostrou ser um biomarcador eficiente que aumentará significativamente nossa capacidade de escolha do melhor embrião”, ressalta Dr. Edson Borges Jr., especialista em reprodução humana assistida e diretor científico do Fertility Medical Group. 

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