Pela primeira vez, cientistas criam embriões humanos de duas semanas em laboratório

Publicado 6 de maio de 2016 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:49.

A pesquisa inédita pode revelar detalhes fundamentais sobre os primeiros estágios da vida humana e trazer avanços para tratamentos de fertilização e terapias regenerativas. Contudo, o estudo levanta uma importante questão ética: qual o limite para a criação de humanos em laboratório?
Pela primeira vez na história, cientistas desenvolveram embriões humanos fora do corpo da mãe durante quase duas semanas. O estudo, feito por um time de cientistas da Universidade Rockfeller, nos Estados Unidos, e da Universidade Cambridge, na Inglaterra, oferece um vislumbre inédito sobre os primórdios da vida, um dos estágios humanos mais misteriosos para a ciência. Os resultados da pesquisa, publicados nesta quarta-feira em dois artigos nos prestigiados periódicos científicos Nature eNature Cell Biology, podem trazer grandes avanços para tratamentos de fertilidade, terapias com células-tronco e medicina regenerativa, além de oferecer indícios preciosos para a compreensão da evolução humana.
Contudo, o trabalho traz também implicações éticas que vêm sendo discutidas com fervor nas instituições acadêmicas e científicas internacionais: no 14º dia, um depois do explorado pelos cientistas, o sistema neurológico do embrião começa a se desenvolver e é discutível se, a partir daí seria possível manter um embrião fora do útero materno. Afinal, qual o limite para a concepção e criação de um ser humano por vias artificiais?
“Não existe uma lei internacional que regula o limite para a criação de embriões em ambientes artificiais. Essa é uma questão ética e seguimos dispositivos dessa área, dos direitos humanos e cortes internacionais que estabelecem o surgimento do sistema neurológico como uma fronteira para os estudos”, explica médico Edson Borges Jr., diretor do Fertility Medical Group, em São Paulo. No Brasil, a resolução 2121 de 2015, do Conselho Federal de Medicina, estabelece que “o tempo máximo de desenvolvimento de embriões in vitro é 14 dias”. O limite é incluído nas resoluções desde 1992.

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