Reprodução Assistida é solução para muitos casos de infertilidade

Publicado 12 de abril de 2016 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:49.

Idade, fumo, álcool e outras drogas, grande ganho ou perda de peso, estresse emocional e físico, além de certas doenças, são responsáveis pela infertilidade, que está presente em cerca de 14% dos casais de todo o mundo. Isso significa que um em cada sete casais em idade reprodutiva apresentará dificuldades para engravidar.
Entretanto, a boa notícia para comemorar o Dia do Obstetra (12 de abril) é que a fertilização in vitro tem aumentado muito a taxa de sucesso de gravidez, principalmente se a mulher tem menos de 40 anos e produz óvulos suficientes durante a estimulação ovariana, diz o Dr. Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Fertility Medical Group.
Vale lembrar ainda que cerca de 10% das mulheres inférteis são portadoras de endometriose. Esta doença se caracteriza por um crescimento do revestimento interno do útero, que acontece fora do seu local original (na cavidade uterina), se espalhando para fora do órgão, podendo atingir o intestino, bexiga, trompas e ovários, causando dor e infertilidade.
Nas portadoras dessa doença, a chance de engravidar diminui de 36% para 12%. Os sintomas da endometriose variam de uma mulher para outra, mas geralmente há períodos de muita dor na região pélvica, por causa de uma reação inflamatória crônica. Além dos achados no exame clínico, a videolaparoscopia é um instrumento importante na formação do diagnóstico, pois permite uma avaliação minuciosa das lesões, aderências e realizar o teste de permeabilidade tubária, permitindo checar o estágio da doença, fazer biópsia de lesões ou mesmo tratá-la cirurgicamente.
Segundo o Dr. Assumpto, se um casal nessas condições está tentando e não consegue engravidar, a fertilização in vitro é, sem dúvida, a forma mais eficaz de ter um bebê.
Outra causa de infertilidade é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP). Um estudo da Faculdade de Medicina da Pensilvânia (Estados Unidos) analisou 150 mulheres com a doença, que desejavam ter filhos. O resultado demonstrou que aquelas que praticavam exercício os regularmente apresentaram maior taxa de gravidez do que as sedentárias.
Segundo o autor da pesquisa, Richard Legro, esses resultados sugerem que os exercícios e a perda de peso são mais efetivos do que apenas regular a ovulação com o uso de pílulas anticoncepcionais, antes de tentar engravidar. Essa doença pode causar ciclos menstruais irregulares, ganho de peso e infertilidade.
Dr. Assumpto lembra que a SOP atinge entre 5% e 10% das mulheres em idade reprodutiva. Segundo ele, 46% dessas pacientes apresentam síndrome metabólica, caracterizada pelo aumento dos triglicerídeos e da pressão arterial, intolerância à glicose e obesidade central. Nesse caso, tratar a obesidade significa também tratar a síndrome.
“Quando a paciente consegue perder de 5% a 10% do peso corporal, normalmente reduz a concentração de insulina, regulariza o ciclo menstrual e a ovulação, além de melhorar a fertilidade”, diz.
Além de combater o sedentarismo e perder peso, as portadoras de SOP devem tomar medicamentos para a indução de ovulação e aplicação de técnicas de baixa complexidade. O médico explica que a fertilização in vitro é indicada apenas quando esses recursos falham.
Mais rara, a falência ovariana precoce também pode resultar em infertilidade. Tem incidência de 1% na população, e é a falência da função ovariana antes dos 40 anos. As pacientes apresentam depleção dos folículos ovarianos, alterações hormonais, níveis reduzidos de hormônio antimulleriano e irregularidade menstrual.
O médico explica que esse quadro clínico pode ter origem em fatores genéticos, no processo de envelhecimento, ser resultado de um desequilíbrio hormonal, endometriose, cisto ovariano, circulação sanguínea deficiente, degeneração dos folículos ovarianos, tabagismo, uso de álcool e drogas, e até mesmo na contaminação ovariana por poluição e metais pesados. O ovário preguiçoso pode ser acompanhado por menstruação irregular e baixos níveis de progesterona.
Em geral, o diagnóstico de falência ovariana precoce já é um indicador para se recorrer às técnicas de Reprodução Assistida, como inseminação intrauterina ou fertilização in vitro, principalmente quando o ovário dominante também apresenta problemas como fibrose ou aderências.
Todos esses problemas, aliados ao fato de os casais modernos estarem tentando engravidar cada vez com mais idade, interferem na fertilidade. Mulheres com mais idade costumam enfrentar mais problemas ginecológicos, têm mais chances de sofrer hemorragias, abortamentos e, inclusive, de dar à luz um bebê com doenças genéticas.
Por isso, atualmente o recurso mais indicado para mulheres saudáveis que desejam adiar a maternidade é a criopreservação dos óvulos (que são retirados com menor idade e congelados, podendo ser posteriormente implantados no útero).
A verdade é que os avanços da Reprodução Assistida estão permitindo que muitos casais inférteis, pelas mais diversas razões, realizem com sucesso o sonho de serem pais de bebês saudáveis.

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