Fumantes ativos e passivos têm mais problemas de infertilidade

Publicado 1 de agosto de 2017 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:41.

Estudo abrangente, divulgado recentemente no jornal norte-americano Tobacco Control, mostra que fumantes passivas e ativas expostas a altas concentrações de tabaco podem entrar na menopausa antes mesmo de chegar aos 50 anos. Os pesquisadores tomaram como base informações de mais de 93 mil mulheres, analisando seus hábitos com relação ao fumo, bem como problemas de infertilidade e entrada na menopausa. Cerca de 15% das pacientes relataram problemas para engravidar e 45% delas entraram na menopausa precocemente. Mulheres que fumam bastante (25 cigarros por dia) ou que começaram a fumar ainda na adolescência relataram que a menopausa foi adiantada entre 18 e 22 meses.
De acordo com Assumpto Iaconelli Junior, diretor do Fertility Medical Group, a prevalência de infertilidade em fumantes é maior do que em não fumantes. “Num único cigarro há mais de mil componentes diferentes que são responsáveis por incalculáveis malefícios à saúde. Ainda que um maior impacto esteja relacionado a coração e pulmões, estudos comprovam que o cigarro também é responsável por uma queda na fertilidade das pessoas. Assim como algumas drogas ilícitas, como a maconha, a cocaína e o crack, o fumo tem o poder de retardar a gestação, antecipar a menopausa e aumentar as alterações menstruais”.
O especialista diz que o impacto do cigarro na saúde dos ovários é tanto maior quanto mais tempo a mulher se expôs ao vício, resultando em destruição folicular, alteração das características fisiológicas tubárias, alteração nas taxas hormonais, interferência na gametogênese e fertilização, bem como dificuldade na implantação do óvulo – uma vez que o endométrio também sofre agressões. “Mesmo sem saber, é por isso que as adolescentes fumantes têm um risco aumentado para infertilidade”, diz Iaconelli.

Mas o médico também chama atenção para os danos que o fumo provoca na fertilidade masculina também. “O tabaco afeta diretamente a formação dos espermatozoides (espermatogênese), sendo responsável também pela diminuição da concentração, morfologia e motilidade dos mesmos. Com um aumento do estresse oxidativo, há alterações importantes do potencial de fertilização do espermatozoide”.

Como os problemas que dificultam uma gravidez normalmente se dividem igualmente entre homens e mulheres, é importante que o casal em tratamento de fertilização assistida pare de fumar. “Para o casal em tratamento, o fumo representa menor taxa de fertilização, resultando em prejuízo nas taxas de nascimento e, muitas vezes, resultando no dobro de tentativas de fertilização in vitro, por exemplo. Outro impacto relevante diz respeito ao embrião, já que o cigarro diminui qualidade e quantidade de embriões por ciclo e pode exigir um prolongamento da estimulação ovariana”, afirma Iaconelli.

Como se não bastasse, o médico chama atenção para o fato de que a exposição intrauterina aos componentes químicos do cigarro pode ser altamente prejudicial no desenvolvimento fetal, podendo comprometer todo o sistema reprodutivo feminino quando na fase adulta, com diminuição da reserva ovariana e da qualidade dos óvulos. Isso, consequentemente, significa um aumento na probabilidade de infertilidade futura. Já nos fetos do sexo masculino a exposição intrauterina ao fumo leva a uma possível redução no volume de sêmen e na contagem de espermatozoides.
Fonte: Dr. Assumpto Iaconelli Junior, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Fertility Medical Group (www.fertility.com.br)
http://www.sciencedaily.com/releases/2015/12/151216082202.htm
 

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