Ovários policísticos nem sempre causam infertilidade

Publicado 9 de julho de 2012 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 01:06.

A síndrome dos ovários policísticos é um distúrbio endócrino. A doença tem vários níveis e, dependendo do caso, pode levar a algum problema de fertilidade. Quando a síndrome se apresenta de maneira completa, os sintomas são irregularidade ou inexistência da menstruação, obesidade e excesso de pelos pelo corpo. Mas há mulheres que só descobrem que possuem a síndrome em uma ultrassonografia. Elas menstruam regularmente, têm peso normal, não têm excesso de pelos, mas são portadoras de ovários policísticos, diz Assumpto Iaconelli, diretor da clínica de reprodução humana Fertility , de São Paulo.
Dentre todas as características, a irregularidade menstrual é o que liga a síndrome aos problemas de fertilidade. E, segundo Assumpto , é importante levar em conta a doença na hora de um tratamento de reprodução assistida, por conta dos riscos da estimulação ovariana.
Normalmente, essas pacientes respondem à estimulação de forma explosiva, com até 15 folículos liberados, explica o médico. Em virtude disso, o risco de gestação múltipla é muito alto quando se usa uma técnica de reprodução assistida de relação programada ou de inseminação artificial, nas quais a fecundação é feita diretamente no corpo da mulher, após o estímulo hormonal. Por isso, as portadoras da síndrome são sérias candidatas a fertilização in vitro, explica. No laboratório, a equipe tem condições de controlar o número de óvulos a fecundar.
Se a paciente apresentar irregularidade menstrual e obesidade, além do controle com a estimulação ovariana e com o método de reprodução assistida, ela deverá passar por uma dieta antes de engravidar.

Outros riscos

A portadora da síndrome dos ovários policísticos tem risco maior de desenvolver câncer de endométrio, doenças cardiovasculares e diabetes precoce, afirma o documento sobre Síndrome dos Ovários Policísticos da Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetricia (Febrasgo).
Por conta desses riscos, a gravidez da mulher que possui a doença deve ser monitorada com mais cuidado. Para Assumpto, o ideal é que seja feito um rigoroso controle de peso e que seja aplicada uma rotina de prática de exercícios físicos. Dessa forma, o risco de adquirir diabetes ou pré-eclâmpsia pode diminuir e a gestante levará uma gestação saudável e tranquila.

×