Psicologia aplicada à Reprodução Assistida em tempos de coronavírus

Publicado 15 de abril de 2020 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:11.

 Rose Marie Massaro Melamed
No atual momento vivemos preocupados, inquietos e inseguros, manifestações decorrentes da pandemia do CORONAVÍRUS, período este de certa forma traumático e assustador. Nele as reações ao estresse e ao confinamento, necessário para minimizar os efeitos da pandemia podem produzir  respostas fisiológicas e emocionais que impactam nosso sistema imunológico e na condição do equilíbrio psíquico e emocional. Tognolli , alude a um processo interno intangível, que põe em movimento o sistema psíquico, em conversa dentro, fora, consciente, inconsciente, presente, passado, fantasia, realidade, o eu e o outro.
  Podemos pensar que o momento é preocupante para pacientes e para os profissionais que os assistem. Neste sentido, o C F P (Conselho Federal de Psicologia) sugeriu a todos manter um contato remoto com os pacientes, informando, amparando, protegendo e limitando, no possível, os danos psicológicos.
E assim nos perguntamos: como minimizar os efeitos no contexto do corona vírus, onde o mal estar psicológico pode se instalar, debilitando a capacidade de adaptação das pessoas? Em se tratando de reprodução humana assistida, a nota de atualização publicada pela S B R A (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida) e a REDELARA (Rede Latino Americana de Reprodução Assistida), de 21 de março de 2020, aponta que os  profissionais da  área entendem  que é hora de parar, os ciclos em andamento serão finalizados com controles estritos dos pacientes e equipes envolvidas; casos de transferência embrionária a serem finalizados serão avaliados individualmente. Apontam ainda que, com a exceção de casos oncológicos e outros em que o adiamento possa causar mais dano ao paciente, não serão iniciados novos procedimentos. Nessas eventualidades, a decisão deverá ser compartilhada e sob rigorosa individualização.
Desta feita, pontuamos a necessidade de pensarmos “para além da tecnologia”, e enfatizarmos as questões que carecem de um processo de elaboração dos conflitos e questionamentos à elas atrelados, como a  insegurança que deixa restos enigmáticos, que não entram na corrente de ideias e se manifestam de diferentes formas  tais como a angustia e a ansiedade.
Devemos lembrar que a  ansiedade, geradora de desconforto físico e psíquico que normalmente acompanha o paciente de reprodução assistida, decorrente do desejo intenso de controlar o tratamento e a sofreguidão causada pela ausência de tranquilidade ou  medo, do fracasso. é a condição emocional de sofrimento, definida pela expectativa de que algo inesperado e perigoso aconteça, diante da qual o indivíduo se acha indefeso. de informações. Portanto cabendo à equipe disponibilidade para atendimento virtual do sujeito em tratamento assim ajudando a minimizar o quadro de ansiedade exacerbada.
O acolhimento da equipe médica e o suporte psicológico permitirá a reflexão singularizando cada sujeito, por outro lado a sensação de abandono poderá produzir tristeza e potencializar traços depressivos inerentes a cada pessoa.
 
Além do atendimento / acolhimento pessoal a cada sujeito, orientamos que é fundamental: utilizar a tecnologia a seu favor para manter-se conectado com a vida e com pessoas que você estima. É importante também fazer qualquer atividade que dê prazer tais como ler, assistir filmes e séries, cozinhar ,etc.
 
Referencias:
Dora Tognolli é psicanalista, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e mestre em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP).
sociedadedepsicanalise | 31 de março de 2020 às 16:39 | Categorias: Artigos | URL: https://wp.me/p4FPeU-p6
Melamed, R. M. M. e Dornelles, L. M. Aspectos históricos e contextualização – O viés psicológico In Psicologia e Reprodução Assistida. por Julieta Quayle (Autor), Lia Mara Netto Dornelles (Autor), Débora Marcondes Editora dos Editores – São Paulo  out 20190www.amazon.com.br › Psicologia-Reprodução-Assistida-Julieta-Quayle
Dicionário de psicanálise/Elisabeth Roudinesco, Michel Plon; tradução Vera Ribeiro, Lucy Magalhães; supervisão da edição brasileira Marco Antonio Coutinho Jorge. — Rio de Janeiro: Zahar, 1998. Tradução de: Dictionnaire de la psychanalyse Inclui bibliografia ISBN 978-85-7110-444-

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