Recanalização Tubária

Publicado 16 de dezembro de 2013 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:58.

Considerado um método contraceptivo definitivo e que requer um procedimento cirúrgico, a laqueadura tubária vem sendo amplamente utilizada por pacientes que não desejam utilizar métodos contraceptivos hormonais ou métodos como o DIU e que pretendem encerrar sua vida reprodutiva. A laqueadura tubária pode ser realizada durante a cesárea ou no pós-parto normal imediato, porém idealmente deve ser feita após 40 dias do nascimento, quando os riscos de complicações com o bebe já diminuíram, portanto menores serão as chances de arrependimento do casal. A condição para sua realização é ter prole constituída, preferencialmente após a idade de 30 anos, união estável ou qualquer condição que contra-indique gravidez definitiva.

Pode ser feita através de cirurgia “aberta” abdominal, por via vaginal (menos comum) ou por via vídeo laparoscópica. As vantagens da via laparoscópica são: menor dor pós-operatória, alta hospitalar precoce (muitas vezes no mesmo dia da cirurgia), retorno mais precoce às atividades, menor risco de infecção, possibilidade de estudo de toda a cavidade abdominal durante o procedimento, e melhores resultados estéticos. Pode ser realizada simultaneamente a outros procedimentos cirúrgicos, como por exemplo, durante o tratamento de cisto de ovário ou retirada de vesícula. A técnica cirúrgica consiste na ligadura e secção de porção da trompa, através de diversos mecanismos.

No entanto, a freqüência observada de pacientes arrependidas por ter realizado o procedimento e desejosas de nova gravidez tem aumentado, sendo a troca de parceiro o principal motivo. O mesmo ocorre com homens submetidos à vasectomia. A instabilidade nos relacionamentos e a atitude menos passiva das mulheres que ocupam um lugar no mercado de trabalho, faz com que maior número de casais procurem as clínicas de infertilidade para o re-estabelecimento da fertilidade.

 Para resolvermos este problema podemos optar por 2 caminhos: a reversão cirúrgica da laqueadura ou a Fertilização in Vitro (FIV).
O caminho a ser tomado nestes casos depende de fatores como:

  • Idade da mulher
  • Técnica cirúrgica utilizada para a realização da laqueadura
  • Número de filhos que o casal deseja
  • Outros fatores de subfertilidade envolvidos

Pacientes com idade acima dos 36 anos ou com perda prematura de sua reserva ovular (e isto pode ser avaliado por exames hormonais e medida ultrassonográfica dos ovários), devem preferencialmente ser tratadas pelo método de Fertilização in Vitro, já que o tempo é o principal inimigo da mulher nestas situações. O tempo necessário para a avaliação do sucesso ou não de uma reversão de laqueadura é de 6 meses a 1 ano após a cirurgia, tempo este valioso para as pacientes com este perfil de baixa reserva ovular.
Para realização de uma reversão de laqueadura, o comprimento da trompa residual e o local onde foi feita a ligadura são determinantes no sucesso do procedimento. Portanto, antes de optarmos pela reversão é fundamental a avaliação destes fatores “in loco”, através de uma laparoscopia prévia. A reversão da laqueadura pode ser feita através da via tradicional (laparotomia) com auxílio de microscópio cirúrgico, ou mais modernamente através da própria vídeo-laparoscopia, que nos traz uma adequada ampliação do campo cirúrgico e apresenta todas as vantagens já comentadas acima. Para tal procedimento é necessária equipe habilitada e especializada.
Casais jovens, que desejam mais de uma gravidez tendem a optar pela reversão da laqueadura ao invés da FIV. Porém se a intenção do casal é a de engravidar apenas uma vez, a melhor opção é a Fertilização in Vitro.
Por fim, casais em que observamos na história clínica e nos exames iniciais algum outro fator potencial de sub-fertilidade, vão se beneficiar mais com o uso da FIV, já que através dela poderemos corrigir também estes outros fatores. Por exemplo, em um casal cujo marido apresenta alteração seminal evidente, a reversão de laqueadura provavelmente não irá atingir seu objetivo. Do mesmo modo, pacientes com problemas de ovulação, vão requerer tratamento adicional após o procedimento cirúrgico.
As taxas de sucesso da reversão cirúrgica da laqueadura tubária, quando frente a condições ideais , giram ao redor de 70-80% de permeabilidade tubária e ao redor de 60% de taxa de gravidez cumulativa, sendo os resultados equivalentes quando se considera as diferentes vias cirúrgicas.

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