Reversão de Vasectomia

Publicado 2 de abril de 2013 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:59.

Vivemos uma época controversa com idéias de controle de natalidade, dos problemas sociais, de liberdade de escolha e de comportamento . Os dois primeiros confluem em dois tópicos: o crescimento populacional exagerado e o aumento do custo de vida. Através desse contexto, criaram-se métodos contraceptivos, dos quais a vasectomia é a opção masculina mais empregada . Procedimento cirúrgico rápido, largamente difundido e altamente seguro nos seus resultados. Porém a instabilidade dos relacionamentos, a liberdade e a quebra de tabus fazem muitas vezes as pessoas voltarem atrás de sua decisão e procurarem métodos para reverter um procedimento realizado como a vasectomia .Isso é viável , apesar de não muito difundido.

Saiba mais sobre o procedimento:

1) O que é a vasectomia?

A vasectomia é um procedimento seguro, rápido e um método efetivo para contracepção.

Os espermatozóides são continuamente produzidos nos testículos (túbulos seminíferos) mesmo depois da vasectomia. Após a produção, chegam até o epidídimo onde são temporariamente armazenados. Do epidídimo passam pelos ductos deferentes e são liberados pelo pênis no momento da ejaculação.

Através da vasectomia, o fluxo é obstruído. O cirurgião corta e amarra os ductos deferentes. Vale a pena ressaltar que não existe comprometimento da função dos testículos, epidídimos e do pênis. A espermatogênese (produção de espermatozóides) continua mesmo após o procedimento.

 

2) Como se realiza a reversão da vasectomia?

A reversão é um procedimento cirúrgico que restaura o fluxo de espermatozóides através dos ductos deferentes e é realizado pela mesma incisão da vasectomia, com auxílio de um microscópio (aumento em torno de 40 x), por um profissional (urologista) habilitado a fazer microcirurgia. O paciente poderá ter alta no mesmo dia, com posterior repouso de 4 dias.

Existem dois tipos de cirurgias para a reversão da vasectomia: a vasovasostomiae a vasoepididimostomia.

A vasovasostomia é a operação mais frequente, permitindo a reanastomose (ligação) dos ductos através de suturas com fios mais finos que os fios de cabelo (figuras 3a e 3b). É a cirurgia de escolha. No entanto, se ocorrer uma obstrução secundária no epidídimo o fluxo não se restabelece e a vasoepididimostomia deve ser realizada para ultrapassar esta barreira. É realizada pela conecção do deferente diretamente no epidídimo como mostram as figuras 4a e 4b.

 

3) Quais as taxas de sucesso?

Quanto menor o intervalo entre a vasectomia e a sua reversão , melhores serão os seus resultados para conseguir a gravidez desejada.

  • Vasectomia realizada há 3 anos : 97% sucesso
  • Vasectomia realizada de 3 a 8 anos : 88% sucesso
  • Vasectomia realizada de 9 a 14 anos : 79% sucesso
  • Vasectomia realizada há mais de 15 anos : 71% sucesso

 

4) A reversão é um procedimento normal ?

Cerca de 6% dos homens vasectomizados procuram a reversão do procedimento. Enquanto o número de homens que procuram pela vasectomia como método contraceptivo continua o mesmo, a cada dia cresce o número de homens que procuram pela reversão.

5) Por que os homens querem reverter a vasectomia?

A grande razão para que os homens procurem pela reversão da vasectomia refere-se à ocorrência de um segundo relacionamento após divórcio. No entanto, casos de falecimentos da esposa e/ou de filhos podem também suscitar no homem o desejo de restaurar a fertilidade. Uma pequena parcela reverte o processo devido a ocorrência de dores na bolsa testicular, razões religiosas ou simplesmente pelo simples desejo de voltar a ser fértil.

6) E quando a reversão não dá certo?

A grande maioria dos homens vasectomizados pode reverter este quadro. É claro que existem casos nos quais ocorreram complicações (obstruções secundárias, processos inflamatórios importantes, etc), tornando o procedimento de reversão mais complicado. No entanto, com o advento.Nestes casos, recomenda-se a utilização de técnicas específicas de punção de espermatozóides em tratamentos de reprodução humana assistida.

7) Reversão da vasectomia ou ICSI?

Nos casos de falhas na tentativa de reversão, razões religiosas e principalmente opção do paciente a ocorrência da gestação pode se dar via reprodução assistida. Em 1992, o grupo de Palermo, preconizou a técnica de ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozóide – figura abaixo) para o tratamento do fator masculino grave. Atualmente, é possível associar a esta técnica outro procedimento chamado PESA (punção percutânea epididimária de espermatozóides) para manejar a infertilidade nestes pacientes.

Através do PESA são recuperados espermatozóides diretamente dos testículos que são posteriormente injetados no oocito.

(1) Instrumental cirúrgico.

(2) Bloqueio anestésico.
(3) Punção do epidídimo com seringa de 1ml e agulha de 27g contendo meio de culutra (Hepes) tamponado.
(4) Material obtido na punção colocado em placa de cultura contendo Hepes.

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