Testes Avaliam o DNA do Espermatozoide

Publicado 17 de dezembro de 2013 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:57.

O Tunel (transferase-mediated dUTP nick-end), capaz de detectar a fragmentação do DNA, auxilia os profissionais da clínica Fertility num estudo para correlacionar o índice de fragmentação do DNA do espermatozoide com resultados dos ciclos de reprodução assistida e hábitos de vida do paciente.

“Já sabemos que amostras com mais de 30% de células reprodutivas com DNA fragmentado indicam que as chances de fertilidade são muito baixas”, explica o médico Edson Borges Júnior, responsável pela pesquisa.

Outro teste realizado através da coloração por CMA3 também pode avaliar a maturidade da cromatina do espermatozoide, baseada na condensação do DNA. Uma das características que distinguem a estrutura do espermatozoide é o empacotamento do seu DNA.

Por ser uma célula muito pequena, que precisa se locomover e carregar o material genético do indivíduo, o seu DNA se condensa no interior do núcleo. Essa condensação (empacotamento) é auxiliada por histonas. Nos estágios finais de maturação dos espermatozoides, as histonas são substituídas por protaminas, que mantêm esse empacotamento mais “firme” e estável, diminuindo assim a ação de radicais livres e a fragmentação.

Borges esclarece que estudos anteriores demonstraram que os efeitos paternos podem ser responsáveis por falhas repetidas nos tratamentos de reprodução assistida, causadas por danos no DNA ou ineficiente empacotamento da cromatina do mesmo.

“Com a conclusão dos testes poderemos melhorar ainda mais o prognóstico de sucesso para ciclos de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI)”, diz o especialista ao ressaltar que muitas vezes o resultado do espermograma é normal, mas o paciente apresenta um aumento no índice de fragmentação do DNA, diminuindo a possibilidade de gravidez e elevando a chance de abortamento, após a implantação do embrião no útero.

A infertilidade conjugal está presente em 15% de todos os casais em idade reprodutiva, sendo que em 40% dos casos as dificuldades são devido a complicações masculinas. As causas vão desde uma varicocele (dilatação do conjunto de veias que drenam o sangue utilizado pelos testículos), uma infecção seminal, pouca mobilidade do espermatozoide, uma disfunção hormonal e, até mesmo, uma vasectomia ou dificuldades na relação sexual.

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