Trabalho Extenuante pode comprometer fertilidade masculina

Parece desculpa, mas não é. Pegar pesado no trabalho pode comprometer os planos de ser pai. De acordo com novos estudos realizados pelo National Institutes of Health (NIH) – agência de pesquisas médicas do Departamento de Saúde dos Estados Unidos –, em parceria com a Universidade de Stanford, a qualidade do sêmen se deteriora quando o homem exerce trabalhos extenuantes.
A pesquisa também inclui outros fatores que contribuem para a baixa qualidade seminal, como a hipertensão e doenças que levam à ingestão de muitos medicamentos diariamente. Assim como praticar exercícios em excesso pode comprometer a fertilidade – tanto masculina, quanto feminina –, exercer atividades profissionais extenuantes acarreta o mesmo problema. O excesso de cortisol acaba causando deficiência de testosterona.
Segundo Dr. Aguinaldo Nardi, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Fertility Medical Group – Unidade de Bauru (SP), o cortisol é um hormônio esteroide produzido em resposta ao estresse. Apesar de ser fundamental para a vida, em excesso tem graves implicações.
Uma delas é exatamente a deficiência de testosterona. Outra, o aumento da pressão arterial – que leva, na sequência, à necessidade de medicamentos de uso contínuo. Esse conjunto ainda pode ser acrescido de fadiga, depressão e perda de desejo sexual. “A partir dos 30 anos, o homem começa a perder testosterona. A queda anual gira em torno de 0,8%. Isso tem levado muitos homens a buscar ajuda da Medicina Reprodutiva quando desejam ser pais na meia-idade.
“Mesmo quem já tenha filhos, isso não significa que estão isentos de enfrentar problemas mais adiante. Por isso, quando o casal tenta durante um ano inteiro engravidar e não consegue, o ideal é recorrer a uma clínica de fertilização assistida. Tanto a mulher quanto o homem serão criteriosamente avaliados sob o ponto de vista reprodutivo, histórico de saúde, estilo de vida, padrão alimentar, atividade profissional que exercem etc. Trata-se de um conjunto de informações que permitirá definir o tratamento adequado”, diz Nardi.
Na opinião do especialista, estudos como o apresentado pelo NIH, que alertam para o risco do excesso de esforço físico e de estresse, contribuem para o aperfeiçoamento dos tratamentos disponíveis.
“Não se pode esquecer que 40% das causas da infertilidade enfrentada por um casal estão relacionados a fatores masculinos. Como avançamos muito na resolução de alguns problemas que impactam a fertilidade de um casal, vale à pena recorrer à Fertilização Assistida para investigar as causas da infertilidade e fazer um tratamento adequado – o que pode implicar em mudanças de estilo de vida e, até mesmo, de ocupação.”