Trabalho extenuante pode comprometer fertilidade masculina

Publicado 5 de abril de 2015 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:54.

Parece desculpa, mas não é. Pegar pesado no trabalho pode comprometer os planos de ser pai. De acordo com novos estudos realizados pelo National Institutes of Health – agência de pesquisas médicas do Departamento de Saúde dos Estados Unidos –, em parceria com a Universidade de Stanford, a qualidade do sêmen se deteriora quando o homem exerce trabalhos extenuantes. A pesquisa também inclui outros fatores que contribuem para a baixa qualidade seminal, como a hipertensão e doenças que levam à ingestão de muitos medicamentos diariamente.
De acordo com Michael Eisenberg (Universidade de Stanford), a qualidade do sêmen é avaliada a partir de alguns parâmetros, como forma, quantidade e movimentação dos espermatozoides. Quanto melhores forem esses parâmetros, maiores são as chances de fertilizar o óvulo feminino, dando continuidade com a formação do embrião. “Como muitos homens estão tendo filhos tardiamente, é preciso levar em conta doenças relacionadas ao processo de envelhecimento a partir do ponto de vista da fertilidade”.
Assim como praticar exercícios em excesso pode comprometer a fertilidade – tanto masculina, quanto feminina –, exercer atividades profissionais extenuantes acarreta o mesmo problema. O excesso de cortisol acaba causando deficiência de testosterona. Segundo Aguinaldo Nardi, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Fertility Medical Group de Bauru (SP), o cortisol é um hormônio esteroide produzido em resposta ao estresse. Apesar de ser fundamental para a vida, em excesso tem graves implicações. Uma delas é exatamente a deficiência de testosterona. Outra, o aumento da pressão arterial – que leva, na sequência, à necessidade de medicamentos de uso contínuo. Esse conjunto ainda pode ser acrescido de fadiga, depressão e perda de desejo sexual.
“A partir dos 30 anos, o homem começa a perder testosterona. A queda anual gira em torno de 0,8% ao ano. Isso tem levado muitos homens, hoje em dia, a buscar ajuda da Medicina Reprodutiva quando desejam ser pais na meia-idade. Mesmo que já tenham filhos, geralmente de um primeiro casamento, isso não significa que estão isentos de enfrentar problemas mais adiante. Por isso, quando o casal tenta durante um ano inteiro engravidar e não consegue, o ideal é recorrer a uma clínica de fertilização assistida. Tanto a mulher quanto o homem serão criteriosamente avaliados sob o ponto de vista reprodutivo, histórico de saúde, estilo de vida, padrão alimentar, atividade profissional que exercem etc. Trata-se de um conjunto de informações que permitirá definir o tratamento adequado”, diz Nardi.
Na opinião do especialista, estudos como o apresentado pelo NIH, que alertam para o papel que o excesso de esforço físico e de estresse pode exercer em quadros de infertilidade, devem ser rapidamente absorvidos, a fim de contribuir para o aperfeiçoamento dos tratamentos disponíveis. “Não se pode esquecer que 40% das causas da infertilidade enfrentada por um casal estão relacionados a fatores masculinos. Entre tantos fatores, alguns ainda estão sendo investigados. Vale dizer que outros 40% são referentes a fatores femininos e 20% são atribuídos a causas desconhecidas. Como avançamos muito na resolução de alguns problemas que impactam a fertilidade de um casal, vale a pena recorrer à Fertilização Assistida para investigar as causas da infertilidade, fazer um tratamento adequado – o que pode implicar em mudanças de estilo de vida e de ocupação, inclusive –, e concretizar o sonho de ter um bebê.”

Fonte: Dr. Aguinaldo Cesar Nardi, médico urologista, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Fertility Medical Group, Unidade Bauru (SP)

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