Exame permite saber se embrião tem problemas genéticos

Publicado 2 de março de 2017 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 00:43.

PGD é feito por grandes centros de Reprodução Assistida, no Brasil e Exterior, quando o casal apresenta alto risco gerar bebês com doenças decorrentes de alterações de cromossomos

Um em cada seis casais apresenta problemas para engravidar naturalmente, e muitos recorrem à “Fertilização in Vitro” (FIV) para ter um filho. A técnica consiste em dar medicamentos hormonais para que a mulher produza mais óvulos. Depois, eles são retirados e fertilizados em laboratório, com os espermatozoides do companheiro. Finalmente, os embriões são implantados no útero.
Essa técnica permite também que sejam feitos exames nos embriões, para saber se são normais e, assim, evitar abortos por problemas do feto e gerar crianças saudáveis. A mais utilizada, segundo o Dr. Edson Borges Jr., diretor científico do Fertility Medical Group, é a PGD (Diagnóstico Genético Pré-Implantacional), que permite detectar uma série de alterações cromossômicas.
Segundo o especialista em reprodução humana, o avanço da ciência permitiu que se descobrisse que muitos óvulos fecundados geram embriões geneticamente anormais, independentemente da forma como se deu a gravidez.
Por isso, os grandes centros de Reprodução Assistida começaram a analisar os embriões formados a partir da FIV. Mas vale ressaltar que isso só é feito quando o casal apresenta fatores de risco, tanto pelo seu alto custo, quanto pelas discussões éticas que envolvem a PGD. O Fertility utiliza a técnica, com sucesso, desde 1995.
Entre as indicações para que o exame nos embriões seja realizado estão as falhas repetidas de procedimentos do FIV, abortos de repetição, idade da mulher (acima de 40 anos), presença de fator masculino grave e doenças genéticas familiares.
Para se fazer a PGD, os embriões ficam em laboratórios específicos e, no terceiro dia, quando ele está formado por de seis a oito células ou, em um estágio mais avançado, quando este embrião tem cerca de 100 células. São retiradas de 1 a 8 células deste embrião, com muito cuidado para não comprometer a adesão e integridade da estrutura do embrião.
As células retiradas são então analisadas. É possível saber, por exemplo, se o embrião apresenta a trissomia do cromossomo 21 (Síndrome de Down), trissomia do cromossomo 18 (Síndrome de Edwards), Síndrome do Klinefelter (47XXY) e distrofia muscular, entre outras mais de 120 anomalias genéticas. É possível também para determinar seu sexo e evitar doenças que são transmitidas de mãe para filho, como a hemofilia do tipo A. Após os exames, apenas os embriões com cromossomos numericamente normais são transferidos para o útero materno.
Vale lembrar que, além do alto custo do exame, os princípios éticos do casal devem ser respeitados, como a aceitação de uma seleção natural e a não concordância com o descarte dos embriões que apresentarem problemas.
Para a maioria das Sociedades Médicas e para o Conselho Federal de Medicina, o Diagnóstico Pré-Implantacional para evitar doenças transmissíveis é eticamente aceitável, pois não se trata de discriminação, mas sim de uma forma de garantir a saúde humana. Entretanto, não recomenda o procedimento como um método de escolher o sexo do bebê, pois isso representaria um perigo social e o desvio da utilização de recursos médicos das necessidades científicas a que se destina.

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