SP terá bebê financiado em até 36 vezes

Publicado 25 de fevereiro de 2012 por Equipe Fertility Medical Group. Atualizado 01:09.

Tratamentos de reprodução assistida podem custar o preço de um carro popular em clínicas particulares e as filas de espera na rede pública passam de três anos. Mas, em São Paulo, há outras alternativas para driblar a dificuldade de engravidar, uma condição que vem se tornando cada vez mais frequente no País e no mundo. Financiar o procedimento de fertilização em até três anos, por exemplo, é uma opção que estará disponível na capital a partir do próximo semestre.
A ideia da gestação financiada é do Programa Acesso, um dos serviços que subsidiam parte do tratamento para casais inférteis, mediante alguns critérios (veja quais são no quadro ao lado). Conversamos com parceiros para oferecer juros atraentes, abaixo do que é cobrado por cartões de crédito, afirma o biomédico Floriano Moreira de Andrade, um dos responsáveis pelo serviço.
O Projeto Acesso garante ainda descontos em medicamentos e honorários médicos. Nessa mesma linha há o Instituto Sapientiae e o Projeto Alfa, que oferecem tratamentos com descontos de 40% a 100% para as futuras mamães. Essas alternativas ajudam a atender uma demanda crescente: a Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) estima, com base em pesquisas internacionais, que a quantidade de gestações de laboratório tenha aumentado de 20% a 25% entre 2008 e 2010.
Mas a oferta de tratamentos está longe de suprir a procura por eles no País. Cerca de 30 mil ciclos de fertilizações in vitro (FIV), por exemplo, são realizados anualmente. O Brasil precisaria fazer, contudo, cerca de 150 mil fertilizações in vitro por ano para atender sua demanda, garante o presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Adelino Amaral Silva. Por isso, é grande a disputa por tratamentos totalmente gratuitos, oferecidos em São Paulo pela Secretaria de Estado da Saúde, por meio do Hospital das Clínicas e do Centro de Referência em Saúde da Mulher (Pérola Byington).
Antes de chegar ao Instituto Sapientiae , o casal Aparecida Valéria Ranea Gomes e Carlos Eduardo Bandeira Stedo, ambos de 33 anos, já havia tentado o Pérola Byington. A fila, contudo, era assustadora: três anos, no mínimo, podendo chegar a quatro. Por outro lado, pagar por um tratamento estava fora da nossa realidade, diz Stedo, que trabalha como motoboy. O preço de uma FIV é de cerca de R$ 16 mil – isso, sem contar remédios e outros procedimentos, como congelamento de embriões ou compra de sêmen.

Seleção apertada

Para participar dos programas de reprodução assistida com desconto na capital são levadas em conta condições socioeconômicas. Alguns programas contam ainda com alguns outros critérios de inclusão. Temos preferência por casais de São Paulo e a idade da mulher não pode ultrapassar 36 anos, explica o diretor do Sapientiae, Assumpto Iaconelli . No Projeto Alfa, os critérios são mais flexíveis: são aceitos casais gays e mulheres solteiras, sem limite de idade. Por lá, o desconto no tratamento varia de 40% a 100%.
Por ano, aproximadamente 5 mil crianças são geradas no País por meio da reprodução assistida, levando-se em conta técnicas de fertilização in vitro e de inseminação intrauterina, de acordo com estimativas da SBRH. Mas esse número, garantem os especialistas brasileiros, segue uma tendência de aumento, sobretudo em São Paulo. Cerca de 40% das 200 clínicas que trabalham com reprodução assistida no País estão no Estado paulista, diz a SBRH.
Na semana passada, a inauguração das novas instalações do Pérola Byington, com a promessa de dobrar a capacidade de fertilizações gratuitas de 300 para 600 por ano, pode ajudar a aliviar a situação de São Paulo. A instituição, contudo, atende casais do País todo e até mesmo de outros países da América Latina.
– Felipe Oda

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